domingo, 16 de maio de 2010

Genealogia Guaratinguetaense - Uma Retrospectiva

Para os estudiosos da genealogia, a antiga vila de Guaratinguetá é ponto de referência em São Paulo, por ter origem no século XVII. No período em que os paulistas de Piratininga iniciaram a saga em busca de novas terras para enriquecer, assentar ou criar famílias.

Em Guaratinguetá, especificamente, teve inicio oficialmente em torno de 1648, com a doação de algumas sesmarias localizadas nas regiões limitrofes dos atuais municípios de Pindamonhangaba, Roseira, Aparecida e Lorena. Com isso, no século XVIII, a vila de Guaratinguetá abrangia um extenso território administrativo, alcançando os limites do Rio Piraí, no Estado do Rio de Janeiro e parte do sul mineiro, nas proximidades de Baependí.

Portanto, as famílias consideradas como formadoras dos principais núcleos familiares na região tiveram sua origem de elementos saídos das vilas de São Paulo, Guarulhos, Mogí das Cruzes, Jacareí e outras. Acrescentados, posteriormente, por inúmeros portugueses estabelecidos principalmente a partir da primeira metade do século XVIII, resultando em famílias específicas, pelas quais descendem grande parte da população guaratinguetaense e que serviram como um dos pontos de partida para a elaboração de uma genealogia específica na cidade e na região.

O primeiro a fazer, tomando como base informativa e metodológica as obras "Nobiliarquia Paulistana", de Pedro Taques de Almeida Pais Leme, e "Genealogia Paulistana", de Luiz Gonzaga da Silva Leme, foi o Doutor Gastão Meirelles França, natural de Guaratinguetá, que sistematizou e criou alguns títulos, na década de 1940.
No mesmo período, o Padre Adalberto Ortmann, seguindo os passos deixados pelo Doutor Gastão, deu continuidade e ampliou o trabalho, que hoje existe manuscrito no Arquivo Público do Estado de São Paulo (Departamento do Arquivo do Estado de São Paulo - Arquivo Pessoais - Gastão Meireles França-Adalberto Ortmann).
Ambos criaram trinta e dois títulos (32), que na verdade possui uma característica um tanto restrita e aleatória quanto aos nomes dos títulos, pois não chegam a representar os sobrenomes das famílias ao longo do tempo, principalmente porque as mudanças sempre foram frequentes, ora perdendo-se, ora resgatados.
Atualmente, a pesquisa está restrita a poucos autores e estudiosos, que pesquisam mais especificidades de suas origens, do que algo maior e abrangente.
A exceção está por conta do pesquisador Helvécio de Vasconcelos Castro Coelho, que desde a década de 1950 estuda as origens das famílias paulistanas, principalmente dos séculos XVI e XVII, tendo contríbuido para esclarecer muitos erros estabelcidos por autores mais antigos.
Daí a necessidade de criarmos mecanismos para dar continuidade aos trabalhos iniciados pelos dois pioneiros, Gastão Meireles França e Adalberto Ortmann, elaborando de forma mais sistemática os títulos e as informações de pesquisas esporádicas.